Conexão entre equipamentos na camada de Enlace de Dados

Depois de passarmos algumas semanas com a camada física, vamos entrar agora na camada de enlace de dados. Antes de entrar no assunto deste artigo, vale lembrar uma coisa: quando falamos de camada física estamos falando de cabos, fios, ondas eletromagnéticas. E agora, quando falamos da camada de enlace de dados, estamos nos referindo ao pequeno software que faz com que a informação possa ser transmitida através destes cabos, fios e ondas eletromagnéticas, controlando o funcionamento destes. Este software da camada de enlace de dados não é nenhum programa que você instale em seu computador, ele está lá dentro do equipamento, e já veio assim de fábrica.

Compartilho este jeito de pensar com vocês pois só quando entendi isso é que o papo sobre redes começou a fazer sentido. É o tipo de coisa que os livros não falam: eles assumem que você já era pra saber isso e você passa a vida toda com uma pulga atrás da orelha.

Bem, estando isso explicado, vamos lá.

Como eu já tinha falado sem muitos detalhes em um artigo anterior, uma das responsabilidades da camada de enlace de dados é a de lidar com o transporte da informação de um equipamento para outro. Este artigo trata de como ela faz isso.

Primeiramente, explico que o transporte com o qual ela lida não se dá necessariamente entre dois computadores, mas também entre hubs, roteadores, ou qualquer outro equipamento através do qual a informação a ser transportada tenha que passar. Isso acontece porque a camada de enlace de dados é uma das camadas mais de baixo nível, onde ainda não há uma conexão fim-a-fim.

Primeiramente, quando a camada de rede pede à camada de enlace de dados que leve uma informação de um lugar para outro, a camada de enlace de dados pega os pacotes que tem que enviar e divide-os em quadros. Estes quadros são então repassados para a camada física, que efetivamente transporta as informações até o seu destino.

Este trabalho de fazer a conexão entre dois equipamentos pode se dar de várias maneiras, sendo que três delas são mais comuns. Vamos vê-las a seguir.

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Serviço sem conexão e sem confirmação


Este modo de transmissão pode ser comparado a um pombo correio. Emissor e receptor não estabelecem uma ligação direta entre si, e não há uma garantia que a mensagem chegará corretamente, se é que chegará. Pode acontecer de o pombo ver alguém jogando milho na praça e esquecer do recado.

Neste modo, a camada de enlace de dados do equipamento transmissor repassa para a camada física os quadros a serem transportados sem nenhum método que garanta que eles serão recebidos corretamente, se é que serão recebidos. Ao chegar em seu destino, os quadros são recebidos pela camada de enlace de dados do receptor, que os junta, refazendo o pacote original, que é repassado para as camadas superiores. São as camadas superiores que se encarregam de descobrir o erro e solicitar um novo envio.

Tampouco há neste caso o estabelecimento de uma conexão direta entre o transmissor e o receptor antes da transmissão ou o encerramento da conexão depois da transmissão.

Este tipo de serviço costuma ser usado nos casos em que o meio de transmissão é confiável; quando ocorre o tráfego de streaming de dados, como nas transmissões de rádio ou TV pela internet; ou então quando se quer deixar o trabalho de controle de erros para outras camadas. Com base neste último motivo é que a maior parte dos equipamentos de LAN existente hoje em dia usa este tipo de serviço.

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Serviço sem conexão e com confirmação


Este serviço é basicamente o AR que você faz nos Correios. Aqui há um pouco mais de qualidade na transmissão, mesmo que uma conexão direta não seja estabelecida entre os transmissor e o receptor. Neste caso, cada vez que o receptor recebe um quadro corretamente, ele envia uma pequena mensagem informando ao transmissor que tudo chegou certo. O transmissor, por sua vez, após mandar um quadro, aguarda uma confirmação durante um certo tempo. Se não receber a confirmação, envia de novo.

Fazer a confirmação de recebimento em um nível tão baixo da pilha de camadas, ao invés de fazê-lo nas camadas superiores, tem conseqüências na melhora do desempenho da rede quando o meio de transmissão não é muito confiável. Entender o motivo é simples:

Imagine que o pacote a ser transmitido de um equipamento para outro tenha um mega. A camada de rede passa este pacote para a camada de enlace de dados, que divide o pacote em mil quadros, que são então enviados. Como o meio de transmissão não é lá essas coisas, cerca de cem quadros são perdidos. Daí, no equipamento receptor, os quadros que chegaram são montados e repassados para a camada de rede, que só então verifica que houve um problema na transmissão, e pede para que o pacote seja reenviado. E lá vai um novo mega circular, com grandes chances de que a transmissão não aconteça corretamente. Até isso dar certo, vixe, às vezes vale até a pena gravar os dados num pendrive e caminhar até o destino.

A confirmação de recebimento feita diretamente na camada de enlace de dados resolve o problema, pois antes mesmo da remontagem do pacote original já há um aviso de que uma pequena fração dele - um dos quadros - não foi recebida corretamente. E então apenas este quadro é reenviado.

Quando o meio de transmissão é altamente confiável, caso dos cabos de fibra ótica, por exemplo, geralmente abre-se mão da confirmação de recebimento na camada de enlace de dados, deixando-se este serviço a cargo das camadas superiores.


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Serviço com conexão e com confirmação


Aqui temos o que há de mais confiável neste assunto. Quando a camada de enlace de dados fornece à camada de rede um serviço deste tipo, uma conexão direta é estabelecida entre o transmissor e o receptor, formando um caminho virtual entre os dois extremos.

Nestes casos, os quadros são devidamente numerados antes de serem enviados. Com isso, além de confirmar o recebimento correto de cada quadro, há ainda a vantagem de evitar o envio duplicado de quadros.

O envio duplicado costuma acontecer quando a mensagem de confirmação se perde no caminho. Daí, como o transmissor não sabe que o quadro foi recebido nos trinques, envia novamente. No caso do serviço com conexão, se a confirmação se perder e o transmissor reenviar o quadro, o receptor será capaz de saber que aquele quadro está repetido, para então descartá-lo e enviar uma nova confirmação.

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Links interessantes:
  • Veja aqui o que já foi publicado no Vovó Viu a Rede sobre a camada de enlace de dados.

  • Índice de Artigos sobre a Camada Física

    Como os assuntos sobre a camada física terminaram, fica aqui um pequeno índice com os artigos que publiquei sobre o assunto. A partir do próximo artigo tratarei da camada de enlace de dados.

  • Tipos de Cabos: Par Trançado e Cabo Coaxial
  • Tipos de Cabos: Fibras Óticas
  • Comparando Fibras Óticas com Cabos de Cobre
  • O que são ondas eletromagnéticas

  • Pergunta às Leitoras

    Qualquer leitora atenta reparou que não publico nada há mais de uma semana. O motivo é simples: o livro que uso para estudar sobre redes tem algumas seções voltadas para assuntos que não são o foco dos meus estudos: satélites de comunicação e organização das redes de telefonia tradicionais.

    Daí que, como estou querendo passar logo para as seções que realmente me interessam, não estou me preocupando em escrever artigos sobre estas que leio apenas para saber do que se trata.

    Mesmo assim, deixo a palavra com vocês. Estariam minhas leitoras interessadas em ler alguma coisa sobre estes assuntos, mesmo que superficialmente? Se for do seu interesse, podem ter certeza que preparo alguns artigos.

    E aí? Aguardo a opinião de vocês. (A pergunta vai valer até quarta feira, dia 26/09/2007)

    O que são ondas eletromagnéticas

    Vou avisar logo de cara que o assunto deste artigo vai exigir um pouco de imaginação, pois vou falar de uma coisa que não se vê mas que está o tempo todo em torno de nós, e que é capaz de atravessar paredes, coisas e até mesmo nós. Portanto, antes de continuar a leitura, sugiro à leitora que use algum meio de expandir seu estado mental: um vinho, uma oração, qualquer coisa. Drogas não, por favor.

    Pois bem, as ondas eletromagnéticas são, para mim, uma das coisas mais abstratas que existem. Acho que nunca serei capaz de entender como é que um sujeito foi capaz de provar que elas existiam. Você não vê ondas de rádio ou ondas infravermelhas passando por aí.

    - Ih, rapaz, olha ali uma onda de rádio vindo!
    - Puxa, bonita essa, não?

    E, ao contrário do ar, que não pode ser visto mas pode ser sentido, as ondas eletromagnéticas não nos afetam quando passam por nós.

    - Ih, rapaz tá passando um filmaço na TV.
    - Como você sabe?
    - A onda da Globo passou por mim.

    Veja só, o cara tem viajar *MUITO* para imaginar uma coisa invisível, que não pode ser sentida, tentar conseguir provar sua idéia, e provar! E isso foi em 1887. Há 120 anos! É muita viagem, muita. Mas bem, descobriram, viram que dava pra usar, pra manipular, para criar, e hoje vivemos num mundo cada vez mais sem fio. E fica a dúvida: como é que isso tudo funciona?

    Para explicar o que são as ondas magnéticas vou usar um termo que vai deixar felizes as leitoras esotéricas: ondas magnéticas são algo como uma energia mística invisível. Se pudessem ser vistas flutuando por aí, elas seriam vistas assim:



    É importante saber que as ondas eletromagnéticas são sempre certinhas assim. Você não vai encontrar em lugar nenhum uma onda deste jeito:



    A partir do primeiro desenho podemos aprender dois termos-chave do assunto

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    Comprimento de Onda


    O comprimento de uma onda, representado pela letra grega lambda ( λ ) é a distância que existe entre dois pontos máximos (ou dois pontos mínimos, depende do referencial).



    Ao contrário do que os desenhos possam sugerir, o comprimento das ondas não é sempre pequeno, com dois ou três centímetros. Podem haver ondas com quilômetros de comprimento. E, claro, existem também ondas de comprimento microscópico.

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    Freqüência de Onda


    A freqüência de uma onda é a quantidade de oscilações que ela dá em apenas um segundo. Em nossa figura de exemplo temos três oscilações:



    A freqüência de uma onda é medida em Hertz (Hz), em homenagem ao sujeito que provou que elas existiam: o físico alemão Heinrich Hertz. É exatamente daqui que saiu aquela expressão das rádios: "sintonize Rádio Eldorado, seiscentos megahertz.".

    E por que megahertz? "Mega" significa um milhão, logo são um milhão de Hertz, ou seja, seiscentos megahertz dão seiscentos millhões de oscilações por segundo.

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    Já sabendo estes dois conceitos importantes, podemos partir para uma relação importante entre eles: quanto mais de um, menos de outro. Ou seja: ondas de alta freqüência têm comprimento curto, e ondas de baixa freqüência têm comprimento longo. Com as imagens abaixo fica fácil de entender:



    Repare só: temos duas ondas que percorrem um quilômetro em um segundo. A primeira delas tem 3 Hz (ou seja, oscila três vezes em um segundo) e um λ de aproximadamente 333 metros (1000 metros divididos em três oscilações).

    Quando, na segunda, aumentamos a quantidade de oscilações, o comprimento cai: ela tem 6 Hz e 166 metros de comprimento.

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    Como existem muitas freqüências possíveis, elas foram categorizadas em faixas, ou bandas. No início, haviam apenas três categorias:

  • LF (freqüência baixa)
  • MF (freqüência média)
  • HF (freqüência alta)

    Com o avanço da tecnologia outras bandas foram nomeadas, sendo duas delas já comuns aos nossos ouvidos, mesmo que a gente não soubesse muito bem o que significavam:

  • VHF (muito alta)
  • UHF (ultra alta)
  • SHF (super alta)
  • EHF (extremamente alta)
  • THF (tremendamente alta)

    Esta última parece piada, mas não é.

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    E é aqui que chegamos na parte em que tudo isso se encaixa com as redes de computadores: o termo "banda larga". A explicação é pra lá de simples: já que as informações são transmitidas através das ondas eletromagnéticas, quanto maior a freqüência da onda, mais informação pode ser transmitida. Logo, nas bandas de alta freqüência, as bandas largas, pode-se transmitir muita coisa em pouco tempo.

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    Links interessantes

  • Física.net: ondas eletromagnéticas em termos mais complicados
  • Nasa: ondas eletromagnéticas por quem entende do assunto
  • Eu Amo Física: comunidade sobre física no Orkut
  • Veja aqui o que já foi publicado no Vovó Viu a Rede sobre a camada física.

  • Comparando Fibras Óticas com Cabos de Cobre

    Quando se compara as fibras óticas e os cabos feitos de cobre, as fibras ganham a disputa com larga vantagem. Veja abaixo uma lista das características das fibras que as fazem melhor opção do que os cabos de cobre:

  • Menos Repetidores: quando a informação é enviada através dos cabos de cobre, a intensidade do pulso elétrico diminui lentamente, e precisa de repetidores a cada cinco quilômetros. Mesmo que haja perda de intensidade na fibra, ela se dá mais lentamente, e os repetidores são necessários apenas a cada cinqüenta quilômetros.

  • Sem interferências: a fibra ótica não sofre interferências de alterações na voltagem, eletromagnetismo ou quedas no fornecimento de energia elétrica.

  • Resistência ao meio: a fibra ótica, por ser feita basicamente de vidro, não sofre de problemas como oxidação ou corrosão, causadas até mesmo por elementos químicos presentes no ar.

  • Maior privacidade: as transmissões feitas através das fibras são muito mais difíceis de interceptar do que as feitas pelos cabos de cobre.

  • Menos peso: cabos do cobre pesam muito mais do que as fibras óticas. Quinhentos pares trançados com um quilômetro de comprimento pesam quatro toneladas, enquanto que uma única fibra pesa 100 quilos. A troca diminui a necessidade de sistemas de suporte sofisticados e caros de manter.

  • Menos espaço ocupado: no percurso de longas distâncias os cabos passam por dutos. A substituição dos cabos de cobre por fibras óticas libera espaço nestes dutos, o que permite aumentar ainda mais a capacidade de transmissão.

  • Lucro extra pela substituição: os cabos de cobre que foram substituídos e que não serão mais utilizados podem ser vendidos para refinarias, pois o cobre é um minério muito valioso.

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    Ainda assim, as fibras óticas têm as suas desvantagens quando comparadas com os cabos de cobre:

  • Facilidade tecnológica: as fibras óticas ainda não são tão comuns, e exigem pessoal mais especializado, o que é mais caro e difícil de encontrar.

  • Resistência à manipulação: as fibras óticas são mais frágeis que os cabos de cobre e podem se quebrar se dobradas em ângulos muito agudos.

  • Comunicação bidirecional: as fibras óticas são basicamente unidirecionais. A comunicação bidirecional exige um par de fibras ou malabarismos com as bandas de freqüência de uma única fibra.

  • Interfaces caras: os métodos para se fazer a ligação entre duas fibras óticas são mais caros do que aqueles usados para ligar dois cabos de cobre.

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    Links interessantes:

  • Veja aqui o que já foi publicado no Vovó Viu a Rede sobre a camada física.

  • Tipos de Cabos: Fibras Óticas

    O supra-sumo da transmissão de dados em meio físico são as fibras óticas, um cabinho fino como um fio de cabelo que é capaz de transmitir as informações em uma velocidade assustadora. Esta velocidade costuma ser tão alta que normalmente ela não é utilizada por inteiro, pois os computadores atuais não têm capacidade de processamento suficiente para lidar com tanta informação.

    Um cabo de fibra ótica é muito parecido com um cabo coaxial: no meio está a fibra ótica, feita de vidro; em torno dela está uma segunda camada de vidro, de qualidade inferior; e então vem uma camada de plástico protetor, podendo haver até uma camada antes do plástico para dar maior proteção à fibra. Normalmente as fibras são agrupadas em feixes, que aglomeram sob um único revestimento três cabos.

    Os dados são transmitidos pela fibra na forma de luz, daí a sua velocidade. Se há luz, temos um bit 1, caso contrário temos um bit 0. Para a transmissão dos dados, nas pontas da fibra há um emissor de luz, que transforma um sinal elétrico em um sinal luminoso, e um receptor que faz o serviço contrário. O sinal luminoso percorre a fibra ótica ricocheteando até chegar ao seu destino. Desta forma, pode-se enviar vários sinais ao mesmo tempo pela fibra, simplesmente fazendo-os ricochetear em ângulos diferentes.

    Normalmente, as fibras óticas são usadas para transmissões de dados em longas distâncias, mas já existem inclusive LAN's que utilizam esta tecnologia, ao invés da Ethernet, dominante hoje em dia.

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    A conexão entre duas fibras é um pouco trabalhosa, pois como a fibra é muito fina é preciso ter um meio de alinhar as duas extremidades com precisão para evitar perda de sinal. A conexão pode se dar de três maneiras:

    - Com conectores: são pequenos plugues colocados nas pontas das fibras e permitem plugá-las umas às outras, algo tipo "macho/fêmea". Alguns modelos são parecidos com os conectores de cabos coaxiais.

    - Mecanicamente: alinha-se as duas fibras uma em frente à outra (ou lado a lado, depende do ponto de vista), e usa-se alguma forma de mantê-las assim, de modo que quando a luz chegar à extremidade de uma, ela passe diretamente para a outra. É como usar uma luva para unir dois canos.

    - Fundindo-as: faz-se uma espécie de solda que une as duas fibras.

    Para fazer qualquer uma destas conexões é preciso usar equipamentos especiais, feitos exclusivamente para isso.

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    Aproveito o assunto para compartilhar uma história interessante com vocês: em 2005 fui às instalações da Embratel no Centro do Rio e na Ilha do Fundão, em uma excursão da faculdade. Lá vimos muita coisa sobre redes e uma das coisas relacionadas com fibras óticas me chamou muito a atenção: eles conseguiam fazer testes de transmissão de dados de longa distância (dois, três mil quilômetros) dentro de uma sala de poucos metros quadrados.

    Como eu já disse, a fibra ótica em si é muito fina, e lá eles têm uns rolos de fibra ótica, cada um com cerca de cem, duzentos, trezentos quilômetros de fibra, mas que ocupam muito pouco espaço. Cada rolo devia ser mais ou menos do tamanho de uma caixa de som, nada muito grande. Aliado a isso eles têm uns armários onde podem plugar estes rolos de fibra.

    Desta forma, em um armário menor que um guarda-roupas eles conseguem ter milhares de quilômetros de fibra ótica. Daí, ligam dois computadores a estes armários e mandam os dados de um computador para o outro. Apesar de as máquinas estarem a centímetros uma da outra, a informação percorre uma distância suficiente para ir do Caburaí ao Chuí. Simplesmente genial.

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    Links interessantes:
  • FiberConec, fabricante de conectores de fibra ótica
  • Vytran, fabricante de equipamentos para conexão mecânica e fundida.
  • Artigo sobre conectores de fibra ótica e seu manuseio
  • Artigo sobre fibra ótica, com muitas fotos e gráficos interessantes
  • Artigo do Vovó Viu a Rede: Comparando Fibras Óticas com Cabos de Cobre
  • Veja aqui o que já foi publicado no Vovó Viu a Rede sobre a camada física.
  • Entenda porque eu usei "do Caburaí ao Chuí" ao invés de "do Oiapoque ao Chuí"

  • Tipos de Cabos: Par Trançado e Cabo Coaxial

    O artigo de hoje trata de um assunto bem simples, mas que nunca me foi bem explicado (ou ao qual eu talvez nunca tenha dado muita atenção). Por ser tão simples pode parecer banal, mas espero que lhes seja útil.

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    O meio de transmissão de informações mais antigo que existe, e que permanece sendo usado até os dias de hoje é o cabo de par trançado. Basicamente, este tipo cabo é composto de dois fios de cobre entrelaçados, formando, veja só, uma trança. Por terem apenas uma proteção plástica que não é lá muito segura costumam ser chamados de cabos UTP, que significa Unshielded Twisted Pair (Par Trançado Desprotegido).

    Duas das vantagens trazidas pelo trançar dos cabos é a diminuição da interferência que um causa no outro e a diminuição da interferência que eles recebem do ambiente. Quanto mais voltas, menor a interferência. Há atualmente seis tipos de categorias, sendo que as mais usadas são a 3 e a 5, e uma das características que as diferenciam são a quantidade de voltas por metro.

    Eles começaram a ser usados em 1881 (não falei que eram antigos?) para a transmissão de ligações telefônicas nos Estados Unidos, e continuam sendo usados para este fim até hoje. Também são muito usados em redes de pequena extensão, pois são cabos mais baratos.

    Quer ver um cabo destes? A linha de telefone que chega à sua casa é um exemplo. Os cabos que ligam os computadores em uma LAN também.

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    Já os cabos coaxiais são solitários. Um cabo tem apenas um fio de cobre, que é muito bem protegido: ele tem em torno de si um material isolante, uma malha de metal protetora e uma capa plástica externa. Graças a tanta proteção, consegue transmitir a informação por distâncias maiores e com mais velocidade que os cabos de par trançado. Em contrapartida, cabos coaxiais são mais caros.

    Um dos usos mais comuns para os cabos coaxiais é em TVs. É um cabo coaxial que desce da antena parabólica até a sua televisão.

    Uma coisa interessante sobre ele que eu nunca tinha visto alguém falar é sobre seu nome: por que coaxial? O primeiro passo para entendermos isso é sabendo que "coaxial" é uma palavra inglesa. Se fossemos traduzi-la para o português, seria algo como coeixal. "Eixal" vem de "eixo". "Co" significa "aquele que tá junto, que compartilha". Logo, vê-se que se trata de um caso de compartilhamento de eixo. Mas que eixo? E quem o compartilha? Simples: o fio de cobre, o material isolante, a malha de metal protetora e a capa plástica externa são todos cilíndricos, que têm o mesmo centro, o mesmo eixo.

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    Links interessantes e úteis para saber mais:

  • Pares trançados na Wikipedia
  • Cabos coaxiais na Wikipedia
  • Artigo do Vovó Viu a Rede: Comparando Fibras Óticas com Cabos de Cobre
  • Veja aqui o que já foi publicado no Vovó Viu a Rede sobre a camada física.